quarta-feira, 26 de outubro de 2011

20 revelações da biografia oficial de Steve Jobs

Vinte das passagens mais interessantes da biografia autorizada de Steve Jobs.


Steve Jobs

Steve Jobs morreu  aos 56 anos de idade
 Quando jovem, Steve Jobs não gostava de tomar banho. Ele achava que consumir drogas havia sido uma experiência benéfica. E, sim, ele recusou a cirurgia quando soube que tinha câncer. Essas são algumas das muitas revelações da biografia autorizada do fundador da Apple, que começou a ser vendida hoje no Brasil e em outros países.

 

O livro, que se chama simplesmente Steve Jobs, vem carregado de detalhes sobre a vida do empresário. Walter Issacson, o autor, trabalhou nele durante sete anos e fez mais de 40 entrevistas com o próprio Jobs, além de ter falado com muitas outras pessoas que conviveram com ele. Jobs, que convidou Isaacson para escrever sua biografia, não censurou a obra. Ela traça um retrato sem muitos retoques do empreendedor. Veja, a seguir, 20 fatos interessantes contados por Isaacson no livro.

1 Cristianismo
Jobs foi criado por luteranos, mas abandonou a religião cristã aos 13 anos, depois que viu uma foto de crianças morrendo de fome na capa da revista Life. Ele perguntou ao pastor se Deus sabia que aquilo estava acontecendo e não gostou da resposta. “O Cristianismo deixa de fazer sentido quando começa a se basear mais na fé do que em viver como Jesus”, disse ele a Isaacson.
2 Deus
Depois de abandonar o Cristianismo, Jobs acabou se convertendo ao Budismo Zen. Ele contou ao biógrafo que tinha dúvidas sobre a existência de Deus: “Acho que as diversas religiões são diferentes portas para a mesma casa. Às vezes, acho que a casa existe. Outras vezes, acho que não. É um grande mistério.”
3 Drogas
Jobs começou a fumar maconha aos 15 anos. Mais tarde, passou a tomar LSD. “Era uma experiência profunda, uma das mais importantes da minha vida”, disse Jobs. “A droga reforçou minha habilidade de distinguir o que era importante – criar coisas grandiosas em vez de ganhar dinheiro apenas.”
4 A caixa azul
O primeiro produto fabricado por Jobs e seu sócio Steve Wozniak, antes da fundação da Apple, foi a Blue Box. Era um dispositivo eletrônico que produzia tons de áudio usados para transmitir comandos às centrais telefônicas. O objetivo era enganar a central e fazer ligações sem pagar. Jobs e Woz venderam cerca de uma centena dessas caixas por 150 dólares cada uma.
5 O Apple II
Jobs queria que o Apple II fosse uma caixa selada. Mas Steve Wozniak ameaçou abandonar o projeto se o computador não aceitasse placas eletrônicas adicionais instaladas pelos usuários. Woz ganhou essa primeira disputa. Mas, com o tempo, os produtos da Apple foram ficando cada vez mais fechados, como queria Jobs. Os novos modelos da série MacBook Pro, por exemplo, não tem mais nem sequer bateria removível.
6 Mau cheiro
Quando jovem, Jobs não gostava de tomar banho. Quando trabalhava na Atari, em 1974, seu chefe, Al Alcorn, o transferiu para o turno da noite para que o mau cheiro não incomodasse os demais funcionários. Em 1977, quando a Apple se preparava para lançar o Apple II na West Coast Computer Faire, o investidor Mike Markkula teve de convencer Jobs a tomar um banho e vestir um terno para ir ao evento. Mike Scott, o primeiro presidente da Apple, conta que, numa das primeiras conversas que teve com Jobs, disse a ele que deveria tomar banhos mais frequentes. Scott conta que Jobs, naquela época, seguia uma dieta à base de frutas. Ele acreditava que a dieta evitaria os odores corporais. Assim, um banho por semana seria suficiente.
7 Amigos x negócios
Daniel Kottke era amigo de Jobs na faculdade e havia viajado com ele para a Índia. Também foi um dos primeiros funcionários da Apple. O contrato de trabalho de Kottke não dava direito a opções de ações. Quando a empresa abriu seu capital, em 1980, ele foi falar com Jobs, reivindicando o benefício que outros funcionários tinham. Jobs recebeu Kottke com frieza e disse não. “Entrei em choque, comecei a chorar e não consegui mais falar. A amizade tinha acabado”, disse Kottke a Isaacson.
8 Macintosh
O Macintosh foi a materialização da visão de Jeff Raskin, um engenheiro que queria tornar os computadores mais fáceis de usar. Enquanto Raskin liderava o desenvolvimento do Mac, Jobs cuidava do Lisa, o primeiro computador com interface gráfica, que seria um fracasso comercial. Mas, em 1980, em meio a um conflito com a direção da Apple, Jobs foi afastado do projeto Lisa e do cargo de vice-presidente de pesquisa e desenvolvimento. Ele disse a Isaacson que esse fato, que poderia ter sido traumático, acabou se revelando positivo. “Foi como voltar à garagem. Eu tinha minha própria equipe e estava no controle”, disse ele. De fato, como se sabe, o Macintosh acabou se tornando muito mais importante para a Apple do que o Lisa.
9 Reality Distortion Field
Quando Steve Jobs passou a comandar o desenvolvimento do Macintosh, sua relação com Jeff Raskin – o engenheiro que havia liderado o projeto inicialmente – se deteriorou. Raskin saiu da empresa e Jobs chamou Andy Hertzfeld para substituí-lo. Um programador da equipe alertou Hertzfeld que ele estaria sujeito ao “campo de distorção de realidade” de Jobs. O termo passaria a ser usado para designar a maneira obstinada como Jobs convencia outras pessoas a fazer coisas que, às vezes, elas próprias achavam absurdas.
10 Pixar
Jobs comprou a divisão de computação gráfica da Lucasfilm e transformou-a na Pixar. Mas o que atraiu Jobs foi principalmente a área de desenvolvimento de hardware e software da empresa. A área de animação veio junto e acabou se transformando em seu principal – e depois único – negócio.
11 Fortuna
Financeiramente, a Pixar foi o melhor negócio que Jobs fez em sua vida. Ele pagou 50 milhões de dólares por 80% da empresa. Quando ela abriu seu capital, essa participação passou a valer 1,2 bilhão de dólares.
12 O homem das trevas
A compra da Pixar pela Disney envolveu negociações pesadas. A Disney distribuía os filmes produzidos pela Pixar. Jobs ameaçou fechar um contrato de distribuição com outra empresa. Michael Eisner, então CEO da Disney, respondeu que a Disney faria suas próprias continuações da animação Toy Story, sem a Pixar. Os dois acabaram chegando a um acordo. Jobs tornou-se o maior acionista da Disney, que passou a ser dona da Pixar. “Eisner foi justo comigo naquele momento. Mas, com o tempo, eu concluí que ele era um homem das trevas”, disse Jobs a Isaacson.
13 Microsoft Zune
Em 2006, a Microsoft tentou competir com a linha iPod lançando sua linha Zune de players multimídia. Mas o produto nunca fez sucesso. O diagnóstico de Jobs: “O Zune era uma porcaria porque o pessoal da Microsoft não ama a música como nós.”
14 Momento glorioso
Quando o desenvolvimento do iPhone estava na reta final, Jobs resolveu fazer uma mudança radical no desenho do smartphone. Isaacson conta que ele disse à equipe de design: “Vocês se mataram durante nove meses para finalizar esse design, mas nós vamos mudá-lo.” Refletindo sobre isso, Jobs conclui: “É um dos momentos de que mais me orgulho na Apple.”
15 Não à cirurgia
Jobs recusou a cirurgia quando soube que tinha câncer. Só nove meses depois sua esposa e outras pessoas próximas conseguiram convencê-lo a ser operado. Nesse momento, o câncer já havia se alastrado e se tornado mais difícil de tratar.
16 Sequenciamento genético
Jobs foi uma das primeiras 20 pessoas em todo o mundo a ter todos os genes sequenciados. Seus médicos queriam obter informações genéticas sobre o câncer para prescrever drogas mais eficazes e que provocassem menos efeitos colaterais do que a quimioterapia convencional.
17 Ódio ao Android
Jobs nutria um ódio figadal pelo sistema operacional Android, pelo Google e pelo ex-CEO da empresa Eric Schmidt. “Vou gastar até meu último suspiro se for necessário. Vou gastar cada centavo dos 40 bilhões de dólares que a Apple tem no banco para resolver isso. Vou destruir o Android por que ele é um produto roubado. Vou mover uma guerra termonuclear”, disse ele a seu biógrafo Walter Isaacson.
18 Larry Page
Até sua morte, Jobs continuou odiando Eric Schmidt, o ex-CEO do Google. Schmidt fazia parte do conselho de administração da Apple na época em que o Android estava sendo desenvolvido. Para o fundador da Apple, ele era um traidor. Mas Jobs fez as pazes com Larry Page, o fundador e atual CEO do Google. Page pediu conselhos a ele quando assumiu o posto de CEO, em abril deste ano. O primeiro impulso de Jobs foi responder com um palavrão. Mas ele mudou de ideia quando lembrou que, em sua juventude, fora orientado por Bill Hewlett, um dos fundadores da HP. Um dos conselhos de Jobs a Page: “Não seja bonzinho demais como CEO.”
19 Mark Zuckerberg
Steve Jobs e Mark Zuckerberg nunca foram próximos. Mas Jobs disse a Isaacson que admirava o jovem empreendedor por não ter vendido o Facebook.
20 Bill Gates
O livro fala bastante da relação entre Steve Jobs e Bill Gates. Os dois competiam entre si, mas também eram parceiros de negócios. Enquanto Gates se refere a Jobs com certa elegância, Jobs não se preocupa em disfarçar o desprezo que sentia pelo rival. Vejamos dois exemplos:
Gates, sobre Jobs: “Ele nunca soube muito sobre tecnologia, mas tinha um instinto impressionante para dizer o que funcionaria bem.”
Jobs, sobre Gates: “Bill não tem imaginação e nunca inventou nada. Acho que, por isso, ele se sente mais confortável na filantropia do que na tecnologia. Ele descaradamente roubou ideias de outras pessoas.”

domingo, 23 de outubro de 2011

Falta integração entre o RH e o resto da empresa

Para Pete Sanborn, desafio do RH nos próximos anos será desenvolver estratégias capazes de se adaptar às transformações do ambiente econômico mundial

Por Letícia Arcoverde | Valor


SÃO PAULO - Embora tenham conseguido evoluir significativamente e conquistado um espaço mais estratégico dentro das empresas, os departamentos de recursos humanos não podem se acomodar. Um dos maiores desafios para os próximos anos será desenvolver estratégias capazes de se adaptar às transformações do ambiente econômico mundial, que hoje acontecem cada vez mais rapidamente. Essa é uma das principais conclusões que o americano Pete Sanborn, líder global de talentos e recompensas da Aon Hewitt, apresentou durante sua palestra no seminário promovido hoje pela consultoria em São Paulo. O evento antedece a entrega do prêmio "As Melhores na Gestão de Pessoas", concedido em parceria com o Valor. "O que deu certo até agora não é necessariamente o que vai garantir o sucesso no futuro", diz.
Além disso, Sanborn acredita na necessidade de mais integração tanto entre o departamento de recursos humanos com o resto da empresa quanto dentro da própria área de RH. "Vejo muita fragmentação entre funções atualmente quando, na verdade, todos deveriam trabalhar juntos", explica. Ele diz que o problema é consequência de um processo de especialização em tarefas específicas pelo qual muitos profissionais passaram, mas que isso atrapalha a gestão de pessoas dentro das empresas de uma maneira mais ampla.
Ao acompanhar as consultorias da Aon Hewitt em diversos países, Sanborn observou, no entanto, que as companhias estão trabalhando para mudar essa realidade – algumas, inclusive, reestruturando completamente seus departamentos de RH. Segundo ele, mesmo as mudanças simples, com os profissionais de gestão de pessoas conversando mais com outras áreas e participando de discussões para alinhar estratégias, podem trazer bons resultados.

(Letícia Arcoverde | Valor)

sábado, 22 de outubro de 2011

Exemplo para todas as gerações

Ícone do empreendedorismo feminino, ela transformou a loja dos tios em um império e foi chamada por Dilma Rousseff para assumir a Secretaria da Micro e Pequena Empresa


Redação PEGN


Editora Globo
QUEM É > Luiza Helena Trajano, presidente da rede de lojas Magazine Luiza
O QUE FAZ > Dirige uma das maiores redes de varejo do país

Em 1956, em uma de suas viagens a Franca, no interior paulista, o caixeiro-viajante Pelegrino conheceu a balconista Luiza. Um ano depois, estavam casados e dando os primeiros passos na empresa que, anos mais tarde, revelaria aquela que é considerada hoje a mulher de negócios mais bem-sucedida do país – a ponto de ser convidada pela presidente Dilma Rousseff para ocupar a cadeira de ministra da Secretaria da Micro e Pequena Empresa.

Depois de comprar uma loja de móveis e eletrodomésticos chamada A Cristaleira, Pelegrino e Luiza promoveram um concurso na rádio local para escolher um novo nome para o estabelecimento. Ganhou Magazine Luiza. O negócio ia bem, mas a verdadeira explosão estava por vir. Luiza Helena Trajano, que cresceu dentro da loja dos tios, logo começou a mostrar seu talento empreendedor. No fim dos anos 1970, passou a fazer parte da direção da loja. No início dos anos 1980, ela informatizou a empresa (os computadores ainda eram uma novidade no Brasil), ajudou a abrir 32 filiais e montou um centro de distribuição em Ribeirão Preto.

Em 1991, dona Luiza mandou um bilhete à sobrinha: “Logo vou fazer 62 anos. Estou ficando velha. Acho melhor você assumir o Magazine”. Decisão feliz. Luiza Helena diminuiu o poder da família e aumentou o dos funcionários, inaugurou a primeira loja virtual e passou a comprar concorrentes. Seu sucesso à frente do negócio chegou até a Harvard Business School, que designou pesquisadores para analisar o “fenômeno”.

Em junho de 2011, a rede anunciou a compra de 121 lojas do Baú da Felicidade, do Grupo Silvio Santos, por R$ 83 milhões. Atualmente, o Magazine Luiza tem 613 lojas em 430 cidades e 21 mil funcionários. Faturou, em 2010, R$ 5,3 bilhões.


“Comecei muito nova, aos 13 anos. Mas não existe uma idade certa, o momento chega e você percebe”


PEGN – Quais as principais características de uma empreendedora de sucesso?
Luiza Trajano –
Empreendedorismo, para mim, é fazer acontecer, independentemente do cenário, das opiniões ou das estatísticas. É ousar, fazer diferente, correr riscos, acreditar no seu ideal e na sua missão. É propor ideias criativas seguidas de ação, é ter a capacidade de envolver a equipe, de buscar oportunidades, ter visão global e de resultados e trabalhar com foco nas soluções rápidas. Mas cada um desenvolve seu próprio estilo, não existe uma receita pronta.

PEGN – Há diferenças entre as empreendedoras brasileiras e as de outros países?
LT –
Os números do empreendedorismo variam de acordo com a situação econômica de cada país. Temos muitas pesquisas que revelam a alta capacidade de empreendedorismo do brasileiro, mas ainda temos um longo caminho a percorrer. O que percebemos é que a mulher tem algumas características mais peculiares que favorecem a gestão na economia atual.

PEGN – Que erros podem ser fatais na abertura ou na condução de uma empresa?
LT –
Não existe uma fórmula para dizer o que dará certo ou errado. Recebemos muitas interferências externas, como a rapidez das informações, da tecnologia, das tendências... Esses fatores nos trazem grandes desafios. Quanto mais o empreendedor estiver alinhado com sua profissão, quanto maior seu conhecimento e, principalmente, sua vocação, maior a chance de dar certo. Ter agilidade, qualidade e rentabilidade é obrigação. O que vai diferenciar uma empresa da outra são o atendimento e a inovação. Outras atitudes fundamentais são cuidar do fluxo de caixa, perceber o momento de mudar de ciclo para que o negócio não envelheça, ter foco no cliente e cumprir o que se promete para ter credibilidade.

PEGN – O que é mais importante: saber lidar com pessoas ou com finanças?
LT –
As coisas precisam caminhar juntas. O maior desafio é como colocar as pessoas em primeiro lugar, tendo lucro sustentável e não a qualquer preço. No início da carreira, me perguntava por que empresas que davam muito lucro empregavam pessoas infelizes, enquanto que, em empresas onde as pessoas trabalhavam felizes, o lucro não aparecia. Por que não ter as duas coisas? Foi então que iniciamos, em 1991, um trabalho para ter as pessoas e o lucro no centro da companhia. Ter premissas claras na gestão, um ambiente agradável, valorizar e respeitar as pessoas são pilares que fortalecem a empresa. Os resultados virão por consequência.

PEGN – Trabalhar em família ou com amigas é bom ou ruim para o negócio?
LT –
O Magazine Luiza foi fundado pelos meus tios Luiza e Pelegrino. Sempre trabalhamos em família. Mas tivemos a preocupação de ter premissas claras e institucionalizadas que ajudaram muito nos processos de decisão. A companhia veio sempre em primeiro lugar, antes de qualquer interesse pessoal. Minha tia falava que “não se deve matar a galinha dos ovos de ouro”. Quando há essa intenção, com ética e regras claras, fica mais fácil lidar com qualquer situação – com a família, com os amigos ou com os demais funcionários.

PEGN – Em algum momento fez diferença, para os negócios, o fato de ser mulher?
LT –
As mulheres conquistaram seu espaço no mercado. Hoje temos grandes líderes em todos os segmentos. Graças a essa evolução, a sociedade se tornou menos conservadora. E características como sensibilidade, intuição e disposição para servir, tão comuns entre as mulheres, passaram a ser indispensáveis para o sucesso. A união das forças masculinas e femininas só colabora para o resultado, assim como a diversidade de raças e culturas. Sabemos que ainda não há equilíbrio, mas foi um grande salto. Na época em que assumi a superintendência, em 1991, eu precisava provar minha competência muito mais do que preciso hoje.

PEGN – O que a senhora acha das políticas públicas de fomento às pequenas e médias empresas?
LT –
O empreendedorismo faz parte da índole brasileira. As micro, pequenas e médias empresas representam 98% do conjunto. Segundo o BNDES, o crescimento das PMEs é bem superior ao das de grande porte. Mas muitas sofrem para se manter no mercado. Segundo o Sebrae, 39% delas fecham no primeiro ano. O governo ajuda com medidas importantes. Mas as empresas precisam, primeiro, olhar de dentro para fora e encontrar onde estão os pontos de melhoria, buscar alternativas que não estão só na mão dos políticos.

PEGN – Qual a melhor fase da vida de uma mulher para empreender: aos 20, 30 ou depois dos 40 anos?
LT –
Comecei aos 13 anos. Em minhas férias escolares e fins de semana, já estava no balcão da loja ajudando e aprendendo. Quando você é um empreendedor nato, o momento chega e você percebe que é sua oportunidade. A experiência ajuda, mas a caminhada do dia a dia é que faz você adquirir experiência. A caminhada é tão importante quanto o resultado final.

Idioma estrangeiro vale um bom emprego

 

 - Crédito: Thinkstock
Os grandes eventos esportivos sediados no Brasil vão demandar profissionais com fluência, principalmente, em inglês, espanhol e francês

Os grandes eventos esportivos sediados no Brasil vão demandar profissionais com fluência, principalmente, em inglês, espanhol e francês. Ainda dá tempo de dominar outra língua e conquistar uma vaga.

Para muitos brasileiros ver de perto nossos atletas sem precisar sair do país será a realização de um grande sonho. E dessa vez, os esportistas não serão os únicos a impulsionar suas carreiras. No caso da Copa de 2014, diversas pesquisas apontam que haverá uma enorme oferta de empregos nas 12 cidades que sediarão o campeonato. E também em municípios localizados em um raio até 150 km dessas capitais, que servirão de subsedes para delegações, imprensa e turistas.
Um estudo feito em parceria entre o Ministério do Esporte e a Fundação Instituto de Administração (FIA), da Universidade de São Paulo, apontou qual será o efeito do Mundial na economia do Brasil. Estima-se que sejam criados 600 mil novos postos de trabalho, sendo 300 mil permanentes.

Outra pesquisa ainda mais otimista, realizada pela Ernst & Young com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), mostra que o evento tem potencial para gerar 3,6 milhões de empregos. Os setores mais requisitados serão os de construção civil, alimentos e bebidas, serviços de utilidade pública (eletricidade, gás, água, esgoto e limpeza urbana),TI, turismo e hotelaria. Em conjunto, todas essas áreas deverão ter sua produção aumentada em 50,18 bilhões de reais.
Contudo, para preencher a maioria dessas vagas, o domínio de línguas será fundamental. Segundo Saint-Clair Milesi, gerente de relações com a imprensa do Comitê Organizador da Copa 2014, as contratações já começaram. "É uma operação muito grande, com turistas provenientes de todo o mundo. Portanto, a demanda é por profissionais com fluência em idiomas estrangeiros, principalmente inglês, francês e espanhol - para receber bem nossos vizinhos da América do sul", diz.
Aproveite o tempo que falta até a Copa e ganhe conhecimento a partir das seguintes estratégias:
Turbine seu plano de estudos no exterior*

Nível de conhecimentoNenhumSó falo/ entendoSó leio/escrevoFalo/leio/escrevo
- Matricule-se em um curso no Brasil e saia do nível básico 1

- Nas próximas férias, passe um mês estudando no exterior e salte do nível básico para o intermediário

- Continue o curso no Brasil e programe outro intercâmbio nas férias de 2013 para atingir fluência

- Se puder, tire uma licença de 3 meses antes da Copa, estude lá fora e passe do nível intermediário para o fluente
- Matricule-se em um curso no Brasil para reforçar a gramática e o vocabulário

- Nas próximas férias, faça um intercâmbio que misture estudo do idioma com Lifestyle. Invista em seu segmento de atuação (business, marketing, gastronomia, etc) para reforçar expertises e turbinar o CV

- Outra opção é um 1 mês de intercâmbio intensivo, acima de 20 horas semanais, para atingir o nível fluente
- Matricule-se em um curso no Brasil para perder a vergonha de falar

- Neste caso, vivência é primordial: mergulhe na cultura de outro país. Nas próximas férias, faça um intercâmbio intensivo para consolidar o nível intermediário ou já saltar para o fluente

- Escolha um país/cidade com poucos brasileiros para não cair na tentação de falar em português

- Continue o curso no Brasil e programe outro intercâmbio nas férias de 2013
- Quem já domina o idioma deve fazer um intercâmbio que combine programas de estudo e trabalho. Experiências internacionais valorizam o CV

- Invista em cursos de extensão, com duração de 3 a 6 meses

- Essa também é uma boa oportunidade para rever a carreira, se qualificar ou até mudar de área.

*Fonte: Samuel Lloyd, gerente de Marketing do STB

Todo mundo pode ser empreendedor?

Entenda a diferença entre os empreendedores por necessidade e por oportunidade

 
Como pensam e agem os jovens empreendedores
Todo mundo pode ser empreendedor?

Respondido por Marcio de Oliveira Santos Filho, especialista em empreendedorismo

Existem fatores para estimular a formação empreendedora de uma criança, como incentivar o lado sonhador e construtivo, ter exemplos de empreendedores na família e estudar o tema, mas a verdadeira semente empreendedora nasce apenas em algumas pessoas.
O empreendedor por oportunidade, ou por natureza, que é aquele sempre disposto a arriscar, nunca confortável com o "normal" ou o "padrão". Esse empreendedor é o mesmo que quer mudar o mundo, acredita que o pode fazer isso e faz de tudo para conseguir. O dinheiro é importante, mas não é o principal motivador, é apenas uma consequência de um plano maior de realização: fazer seu próprio negócio dar certo, ter autonomia e engajamento total.
Quem abre um negócio mais por necessidade do que por vislumbrar uma oportunidade não é menos empreendedor. Aprender técnicas de empreendedorismo, estudar conceitos e ouvir gente experiente são caminhos interessantes para estimular as pessoas. A grande diferença entre os dois tipos de empreendedores fica clara quando o primeiro obstáculo chega.
Para quem nasceu empreendedor, se o obstáculo for o fim do caminho, ele cria um novo caminho e continua a viagem. Isso serve de exemplo a todos os outros, que podem muito bem aprender a empreender tão bem quanto os empreendedores natos. Ser empreendedor é mais do que uma profissão, é um estilo de vida e são eles que mudarão o mundo em que vivemos.
 Peterson Vilela Muta é advogado especialista em direito do trabalho

Marcio de Oliveira Santos Filho
é associado da Inseed Investimentos e coordenador do Desafio Brasil.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Nós vamos invadir sua praia

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Revista ISTOÉ Dinheiro - 17/10/2011
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De olho no potencial da nova classe C, empresas como Sorridents, TIM, Casas Bahia, Bradesco e Banco do Brasil se instalam em comunidades carentes.
Rafael Freire
A mais nova clínica odontológica da rede de franquia Sorridents segue a risca todos os padrões das demais 126 unidades espalhadas pelo Brasil. Piso de porcelanato, equipamentos de última geração e até revistas de luxo, de decoração e tecnologia na sala de espera deixam o ambiente aconchegante e preparado para atender os cerca de 400 pacientes que fazem consultas mensalmente no estabelecimento. Embora a estrutura e a forma de trabalho sejam iguais a de qualquer clínica da Sorridents, a unidade inaugurada há um mês tem uma peculiaridade: está no centro da comunidade de Paraisópolis, uma das áreas mais pobres da cidade de São Paulo, uma espécie de enclave de baixa renda no bairro nobre do Morumbi. "As classes populares estão gastando mais com saúde", disse à DINHEIRO Carla Sarni, fundadora da franquia. "É ótimo ter nossa marca perto desses consumidores."

Apesar do discurso polido, a iniciativa da nova empreitada nasceu da percepção de mercado do casal paulista de empresários Wendel Oliveira e Aldrey Basio, franqueados da Sorridents desde 2006. Eles começaram a considerar a ideia de abrir uma filial em Paraisópolis depois que diversos moradores da comunidade passaram a se tratar em sua franquia do Morumbi. "Foi uma decisão exclusivamente comercial", diz Oliveira, que começou a procurar local para a nova unidade no final de 2010. O empresário, na verdade, sentiu no dia a dia de seu negócio uma tendência que as estatísticas vêm apontando nos últimos tempos. Levantamento feito pelo instituto Data Popular, no final de 2010, aponta que as classes C e D representavam um mercado consumidor de R$ 834 bilhões.

"Somos a cara de um novo Brasil, que está começando a ter acesso a produtos e serviços mais caros", afirma Gilson Rodrigues, presidente da Associação dos Moradores de Paraisópolis. Esse acesso, permitido pelo crescimento da renda dessas faixas de consumidores, está sendo facilitado pelas próprias empresas, antenadas com as possibilidade de explorar o mercado emergente. Atualmente, Paraisópolis já conta com uma loja da Casas Bahia e agências do Bradesco e do Banco do Brasil. De acordo com Rodrigues, outros grupos como as empresas de telefonia TIM, Claro e Vivo, e a fabricante de cosméticos O Boticário também já manifestaram seu interesse de estar mais próximos dos 100 mil moradores de Paraisópolis. "A presença dos bancos é a prova concreta da maturidade econômica dessas áreas", afirma Hideraldo Leitão, gerente-geral da unidade de gestão de canais do Banco do Brasil.

Em Paraisópolis, a primeira grande empresa a desbravar o terreno foi a Casas Bahia, em novembro de 2008. "Sempre trabalhamos a serviço das classes populares e para nós foi um movimento natural", diz Michael Klein, presidente do Conselho de Administração de Globex, holding que abriga a marca Casas Bahia. Segundo ele, a loja da favela paulistana está entre as de maior venda na cidade de São Paulo. A empreitada deu tão certo que até dezembro a Casas Bahia pretende repetir a dose na Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro. Na capital carioca, no entanto, a empresa de Klein não será a pioneira. Lá, a TIM começou a dar as caras em 2007, quando inaugurou uma loja no Complexo do Alemão. A filial é tocada por um morador responsável também por uma distribuidora de chip e recarga, que conta com 40 funcionários e atende 30 comunidades cariocas.

Outra iniciativa da operadora foi se associar a uma cooperativa de transporte e à Supervia, a companhia de transporte ferroviário do Rio de Janeiro, para comercializar seus chips e serviços em suas vans. "Tivemos de estudar os hábitos dos moradores para descobrir as melhores formas de vender nossos serviços", diz Fernando Mota, diretor comercial da TIM no Rio de Janeiro. Uma das soluções que o executivo encontrou para isso foi veicular campanhas publicitárias em tevês, rádios e jornais comunitários. "O grande desafio das empresas é entender esses consumidores e entrar no cotidiano deles", afirma Eduardo Ayrosa, professor de marketing e comportamento do consumidor da Fundação Getulio Vargas. "É um público ainda pouco conhecido e que só se conhece tendo contato."

domingo, 16 de outubro de 2011

Com bom planejamento, empresário começa negócio sem dinheiro próprio

Plano de negócios estruturado ajuda na hora de conseguir financiamento.


Veja dicas de especialistas e saiba itens que precisam constar no plano.

Gabriela Gasparin Do G1, em São Paulo
PME - financiamento (Foto: Editoria de Arte/G1)

O químico Eduardo Martinez de Almeida, de 47 anos, decidiu que estava na hora de abrir o próprio negócio em 2008, após trabalhar 25 anos como funcionário em multinacionais. Sem capital inicial próprio, contudo, precisou buscar crédito no banco e, graças a um bom plano de negócios, financiou 100% do investimento necessário na época, cerca de R$ 400 mil. De lá para cá, a Star Active, que atua com cosméticos, cresce cerca de 20% ao ano e vende produtos para todo o país.

Para convencer o banco de que o negócio traria retorno, porém, Almeida afirma que foram necessários seis meses de pesquisas sobre o mercado para a elaboração do plano de ação.

“Os bancos vendem dinheiro, é o comércio deles. A partir do momento que você mostra para ele a viabilidade do negócio, os riscos inseridos, e ele confia, ele financia”, diz. O prazo de financiamento foi em 72 meses e o empresário afirma que ainda está pagando as prestações, mas revela que o retorno da empresa já permitiria até quitar o valor se fosse conveniente.

Só ter boa ideia não é suficiente
A experiência de Almeida mostra que, apesar de essencial, uma boa ideia não é suficiente para conseguir um financiamento. Fazer um plano de negócios é importante para trazer credibilidade e convencer o banco de que haverá retorno, afirmam especialistas. É possível, ainda, buscar recursos com fundos ou sócios que acreditam na ideia.

O professor da Escola de Economia da Fundação Getulio Vargas em São Paulo (FGV-SP), Samy Dana, explica que grande parte dos empresários abre um negócio apenas porque têm afinidade com a área, mas não avalia itens como demanda, custos, lucro e capital necessário, o que faz muitas empresas fecharem nos primeiros anos de vida. “Sem dúvida, uma boa ideia é fundamental mas, apesar de necessária, não é suficiente”, afirma.

Plano de negócios
Ao fazer o plano de negócios, o empresário terá em mente todo o capital necessário e a forma que virá o lucro, além das estratégias para alcançar esse retorno.

De acordo com Dariane Castanheira, professora na área de pequenas e médias empresas na Fundação Instituto de Administração (FIA), um plano deve ter o mapeamento do negócio, com informações sobre a empresa e seus produtos, a estratégia para angariar os lucros e a projeção financeira do negócio (veja como fazer um plano de negócio abaixo).

O que deve conter um plano de negócio
Fazer um bom plano é essencial para conseguir um financiamento. Vaje abaixo um resumo do que deve constar em um plano de negócios, de acordo com o guia do Sebrae
Sumário
Contém os pontos mais importantes do plano. Deve conter dados dos empreendedores (experiência profissional e atribuições), do empreendimento, missão da empresa, setores de atividades, forma jurídica, enquadramento tributário, capital social e fonte de recursos. Só deve ser elaborado após a conclusão do plano
Análise de mercado
É necessário especificar quem são os clientes, seus perfis, necessidades e como encontrá-los. Deve constar também os principais concorrentes. Visite-os e examine suas boas práticas e deficiências, como será a competição e se há espaço para todos. Levante, ainda, quem serão os fornecedores e mantenha o cadastro atualizado
Plano de marketing
É preciso descrever os principais itens que serão fabricados, vendidos ou os serviços que serão prestados. Informe as linhas de produtos (tamanho, cor, sabores, embalagem, rótulo, marca, etc). Para empresas de serviço, informe quais serviços serão prestados. Liste preços, estratégias promocionais, de comercialização e a localização do negócio
Plano operacional
Por meio de um layout, deve-se definir como será a distribuição dos setores, de recursos (matérias-primas, produtos, estantes, gôndolas, vitrines, prateleiras, equipamentos, móveis, etc.) e das pessoas no espaço disponível. É importante estimar a capacidade de produção da empresa e como ela irá funcionar, levando em conta a necessidade de pessoal
Plano financeiroDeve constar o total de recursos a ser investido para a empresa começar a funcionar e todos os custos para funcionamento (matéria-prima, comercialização, mão de obra, materiais diversos, depreciação, custos fixos e operacionais mensais). Deve conter, dados como indicador de viabilidade, lucratividade, rentabilidade e prazo de retorno do investimento
Construção de cenáriosSimule valores e situações diversas para a empresa, como cenários onde o negócio obtenha resultados pessimistas (queda nas vendas ou aumento dos custos) ou otimistas (crescimento do faturamento e diminuição das despesas). Pense em ações para agir em cada caso. Faça quantas simulações forem necessárias e tenha sempre alternativas (plano B)
Avaliação estratégica
É preciso avaliar os pontos fortes e fracos do negócio, com a finalidade de tornar a empresa mais eficiente e competitiva. Um exemplo é a análise F.O.F.A (iniciais de forças, oportunidades, fraquezas e ameaças). É preciso analisar cada um desses pontos, para pensar nos aspectos favoráveis e desfavoráveis do negócio, seus proprietários e mercado
“A empresa que está iniciando agora, não é fácil conseguir. Mas se ela fizer um plano de negócios e enviar para algum banco que opera com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), é mais fácil”, sugere Dariane.

Pesquisa
Foi o que fez o químico Almeida que, apesar de gostar muito da área e ter experiência como químico, fez um curso para empresários e buscou todas as informações antes de abrir a empresa.
“Eu comecei a buscar o que produzir, o que o mercado queria (...). Fiz o plano para saber o investimento, o capital de giro de no mínimo seis meses. Quando você faz o plano tem que levar em consideração tudo o que precisa para a empresa funcionar, inclusive os próprios funcionários”, sugere. Por conta disso, o empresário conta que visualizou desde o início da produção, com a compra dos materiais e embalagens, ao processo de distribuição aos salões de beleza. A empresa atua no ramo de cosméticos para profissionais.

“A lógica do capitalismo é ‘eu não tenho dinheiro, mas tenho a ideia’. Mas, na prática, isso tem algumas barreiras”, explica o professor Dana. De acordo com o especialista, apesar da Selic (taxa básica de juros) estar atualmente em 12,5%, é muito difícil uma empresa conseguir um empréstimo próximo a esses patamares, e mais complicado ainda é conseguir lucrar tanto no começo do negócio para pagar o empréstimo.

“Se você não oferecer garantias reais, bens que sejam liquidados, o banco não vai te dar dinheiro”, ressalta o especialista. Almeida, por exemplo, disse que tinha alguns bens para oferecer como garantia ao banco.

Curso de gestão
Por conta dessa dificuldade é que Dana indica a realização de um curso de gestão para os aspirantes a empresários. Não precisa ser um curso muito longo, mas é importante buscar informações iniciais. O especialista sugere, inclusive, os cursos do Sebrae.
“Na vida de micro e pequeno empresário tem que se preparar, gostar muito do que faz e ter determinação"
Eduardo Martinez de Almeida, empresário
O analista técnico Sebrae-RJ, Ricardo Amaral, lembra que, em muitos casos é preciso ter ao menos uma parte ou até 100% do capital. “O ideal mesmo é que todo empreendedor consiga abrir a seu negócio com recursos próprios, sem precisar de financiamento (...). Todo negócio tem prazo para maturar, e quando você começa com endividamento, já começa com sócio que vai querer receber todo mês”, afirma.

Amaral afirma que, por conta disso, o planejamento é essencial. “Às vezes o empresário tem R$ 60 mil achando que dá, mas o negócio que ele quer exige R$ 90 mil. Ele tem que pensar quanto ele precisa para se manter, as contas e a família todo mês”, afirma.

Outra sugestão dos especialistas é procurar um banco onde o empresário já possui histórico ou bom relacionamento como pessoa física. Amaral, do Sebrae, indica que também pode ser uma opção colocar a empresa para funcionar, mesmo sem implantar tudo, e já ir construindo uma relação com o banco para, dali alguns meses, solicitar o empréstimo. É claro que, de qualquer forma, será necessário um bom planejamento.

Dana, da FGV, indica ainda outras opções para buscar financiamento, como os chamados Angel Capital, que são grupos que identificam boas oportunidades de negócio para investimento, ou até mesmo incubadoras. De acordo com o professor, um bom networking, nesses casos, pode ajudar a conseguir sócios.

Almeida sugere, contudo, que o importante é gostar do que faz e acreditar no negócio. “Na vida de micro e pequeno empresário tem que se preparar, gostar muito do que faz e ter determinação (...). Quando você gosta do que faz e acredita, essa mudança de empregado para patrão é imediata. O empreendedorismo está em todos nós, até para casar a gente precisa se vender”, avalia.

5 lições do Peixe Urbano para o seu negócio

 A empresa, que aproveitou o começo das compras coletivas para se tornar a pioneira no mercado brasileiro, ensina como lidar com a concorrência e se dar bem nos negócios

Júlio Vasconcelos, do Peixe Urbano

Há pouco menos de dois anos, quase ninguém sabia o que eram as compras coletivas. Júlio Vasconcellos, que vivia nos Estados Unidos há dez anos, correu de volta para o Brasil para aproveitar a chance de ser pioneiro neste novo mercado.

 

Junto com dois sócios, Emerson Andrade e Alex Tabor, Vasconcellos anunciou a primeira oferta do Peixe Urbano em março do ano passado. Em uma ano, a empresa deslanchou, vendeu 8 milhões de cupons e faturou mais de 100 milhões de reais. Hoje, o Peixe Urbano está entre os maiores do mercado, recebeu investimentos de empresas de capital de risco, como a General Atlantic (GA), a Tiger Global Management, a Monashees Capital e a Benchmark Capital.
Neste ano, o site chamou a atenção de um investidor famoso também, o apresentador de TV Luciano Huck, que virou sócio do negócio. Confira a seguir as dicas de Vasconcellos para quem quer ter sucesso em novos mercados e driblar a concorrência.

1. Mantenha o clima informal
Hoje, a empresa conta com mais de 800 colaboradores, espalhados em vários escritórios, inclusive internacionais. “Eu aprendi muito e continuo aprendendo todos os dias durante esta trajetória do Peixe Urbano. Atribuo o sucesso da empresa a alguns fatores críticos como a forte cultura empresarial, que valoriza a agilidade e a pró-atividade”, diz Vasconcellos. Para lidar com os funcionários sem ficar burocrático, o Peixe Urbano aposta em manter o clima de startup. “Talvez o fator mais importante de todos para o sucesso, porque sem ele não existiriam os outros, seria a equipe”, conclui. O site prefere profissionais empreendedores e que gostem do clima informal de trabalho. “A seleção de pessoas com perfil empreendedor, uma forte e alinhada comunicação interna e um ambiente de trabalho divertido e motivador são essenciais”, explica.

2. Busque sócios que te complementem
Quando o negócio foi fundado, Andrade, Tabor e Vasconcellos reuniram suas experiências em e-commerce, mídias sociais e marketing para fazer a empresa dar certo. “A minha dica para quem estiver pensando em começar seu próprio negócio é saber identificar seus próprios pontos fortes e pontos fracos e se juntar a pessoas que te complementam”, diz. Para o CEO da empresa, cada um dos empreendedores aporta uma qualidade distinta, com base em suas experiências e formações, e é responsável por uma parte diferente do negócio.

3. Não perca tempo com o plano de negócio
Para negócios muito tradicionais, o plano de negócios ainda é um ótimo guia e pode ajudar muitos os empreendedores. Quando o assunto são negócios muito inovadores – em que não há mercado para pesquisar -, o plano de negócios pode atrasar o desenvolvimento da empresa. “Acredito que muitas pessoas passam um tempo enorme fazendo um plano de negócios extremamente detalhado e talvez por isso possam perder o timing de uma boa oportunidade ou até mesmo ficar preso àquilo que foi pré-estabelecido”, opina Vasconcellos. Quando se tratam de negócios na internet, em que a agilidade é essencial e os custos são relativamente baixos, a ordem é arriscar. “Antes de investir em um plano de negócios detalhado, vale a pena investir em tornar a ideia realidade, em colocá-la em prática, em testá-la com clientes reais, e assim medir o real potencial dela assim como possíveis melhorias”, diz.

4. Ouça os clientes
As compras coletivas, como o nome sugere, devem ser guiadas pela vontade da maioria. Para o CEO do Peixe Urbano, o desejo do consumidor deve prevalecer em todo tipo de negócio. “O feedback que temos dos nossos usuários e parceiros é imediato, o que facilita o processo de inovação constante”, diz. Os empresários que não estão dispostos a ouvir os clientes podem se afastar do público e perder mercado rapidamente
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5. Aprenda a lidar com a concorrência
Logo após o lançamento do Peixe Urbano, o Brasil ganhou mais de mil sites semelhantes. Para os especialistas, só cinco ou seis conseguirão se manter no mercado a longo prazo. Mas, antes da consolidação, o Peixe Urbano precisou aprender a lidar com a concorrência sem enlouquecer. Para Vasconcellos, a chave é manter o foco interno, motivando a equipe, e confiar no que a empresa produz. "As pessoas, a estrutura, a execução do modelo e a construção de relacionamentos a longo prazo são os nossos diferenciais", conta

5 conselhos de Steve Jobs para recém-formados

Steve Jobs, fundador da Apple, morre aos 56 anos. Conheça alguns conselhos que ele deixou aos recém-formados


 - Crédito: Wikimedia Commons
 Filho adotivo de um casal de operários e sem um diploma universitário, os primeiros anos da vida de Steve Jobs tinham todos os ingredientes para um futuro pouco promissor, segundo os olhos do senso comum. Mas, com a Apple e a Pixar, ele construiu um império e, durante seus anos de vida adulta, mudou as bases do mundo da tecnologia e do mercado do cinema de animação. Como isso foi possível?
O próprio Jobs, que faleceu nesta quarta-feira, deu algumas pistas para a resposta em um discurso durante a formatura da turma de 2005 da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos. Confira quais foram os principais conselhos de Steve Jobs para os formandos de 2005 - que podem (ou devem) ser seguidos por todo profissional em início (ou em processo de revitalização) de carreira:

1 - Siga sua curiosidade e intuição
Sem ver muito sentido no fato dos pais investirem todas as economias em uma formação que ele mesmo não sabia se teria muita utilidade, Jobs cursou apenas um semestre da graduação no Reed College, em 1976.
Nos 18 meses seguintes, dedicou-se a obedecer a sua curiosidade e intuição. Em outras palavras, passou a cursar apenas as disciplinas que, realmente, pareciam interessantes aos seus olhos.
Com isso, foi parar no curso de caligrafia da instituição de ensino. Naquela época, o conhecimento que adquiriu na disciplina não tinha "sequer um lampejo de aplicação prática" na vida dele. Dez anos depois, foram esses conceitos que balizaram toda revolução tipográfica do Macintosh.
Contudo, "se eu nunca tivesse entrado naquele simples curso na faculdade, o Mac nunca teria múltiplos tamanhos de letras ou fontes proporcionalmente espaçadas", disse. "E já que o Windows copiou o Mac, é provável que nenhum computador pessoal as teria".
 
2 - Tenha fé de que tudo fará sentido no futuro
Isso leva a outra grande lição de Jobs. Quando deixou a universidade, Jobs, realmente, não sabia como seu destino iria se desenrolar. Apenas decidiu "confiar que tudo ia acabar dando certo".
Mas, como ele mesmo expôs no discurso, se não tivesse deixado a graduação, não teria frequentado as aulas de caligrafia e, portanto, não teria mudado os conceitos de tipografia em computadores pessoais.
E aí vai o conselho: "Você não pode conectar os pontos olhando para frente; você apenas pode conectá-los olhando para traz", disse. "Então, você precisa acreditar que os pontos, de alguma maneira, irão se conectar no futuro".

3 - Não tenha medo de recomeçar
Em 1985, um ano após lançar o Macintosh e nove após fundar a Apple com Steve Wozniak, foi demitido da companhia por brigas internas com o então CEO da empresa, John Sculley. "O que tinha sido o foco de toda a minha vida adulta se fora, e isso foi devastador", disse.
Com o tempo, contudo, ele percebeu o lado bom dessa espécie de fracasso pessoal. "O peso de ser bem sucedido foi substituído pela leveza de ser um iniciante novamente", disse. "Isso me libertou para entrar em um dos períodos mais criativos da minha vida".
Nesse período, conheceu sua esposa, fundou a Pixar e a NeXt. Casou-se, a Pixar lançou o memorável Toy Story (que balançou as bases do cinema de animação) e a NeXt foi comprada pela Apple. Ele retornou para a empresa.
"Tenho certeza de que nada disso teria acontecido se eu não tivesse sido demitido da Apple", afirmou. "Foi um remédio de gosto ruim, mas eu acredito que opaciente precisava dele. Algumas vezes, a vida bate com um tijolo na sua cabeça. Não perca a fé".

4 - Encontre um trabalho que você ame
No discurso, Jobs afirma que a paixão pelo que fazia foi a única razão para continuar - apesar das circunstâncias. Por isso, ele aconselhou: "Você precisa encontrar o que você ama".
Segundo ele, já que o trabalho irá ocupar uma boa parte dos seus dias, a única maneira de se sentir satisfeito com a vida é fazendo um bom trabalho. E o único meio para isso, é amando o que você faz.
"Como todo relacionamento, ele se tornará melhor e melhor conforme os anos forem passando. Então, continue procurando até você encontrar. Não sossegue", disse.

5 - Lembre-se que, um dia, irá morrer
Para ele, a lembrança de que a morte é certa para todos deveria dar uma nova perspectiva às vidas profissionais e pessoais. "Lembrar-se de que você irá morrer é o melhor meio que eu conheço para evitar a armadilha de pensar que você tem alguma coisa a perder", disse. "Você já está nu. Não há nenhuma razão para não seguir seu coração".
"Seu tempo é limitado, então não o perca vivendo a vida de outra pessoa. Não seja preso pelo dogma - que é viver em função dos pensamentos de outros. Não deixe o barulho da opinião alheia tornar a sua voz interior inaudível", disse. "E o mais importante, tenha a coragem para seguir seu coração e intuição".
Confira os vídeo original do discurso:

Seja a Luz do Seu Sucesso

Amigos esta lendo esta matéria no administradores.com e achei que deveria compartilhar com vocês.

“Eu não tenho chance na minha vida”, “que azar o meu”, “essa tarefa dá muito trabalho”, “como isso é difícil”, “é muito complexo”, “eu não consigo”.Essas atitudes são típicas de pessoas com a mentalidade pobre, e que não enxergam os resultados, mas sim os obstáculos.

 
Já se viram diante de pessoas que dizem assim:
“Eu não tenho chance na minha vida”, “que azar o meu”, “essa tarefa dá muito trabalho”, “como isso é difícil”, “é muito complexo”, “eu não consigo”.
Essas atitudes são típicas de pessoas com a mentalidade pobre, e que não enxergam os resultados, mas sim os obstáculos.
As pessoas ricas focam nas oportunidades, enquanto as de mentalidade pobre focam no fracasso. No normal elas não têm confianças em si mesmas e na sua capacidade. Isso é típico.
Observemos o seguinte: se eu me atento somente aos obstáculos, terei obstáculos. Caso eu me concentre nas oportunidades eu terei oportunidades.
Quer um conselho simples, mas raro? Se você deseja ficar rico, concentre-se em ganhar, conservar e multiplicar o seu dinheiro. Se preferir ser pobre, dedique-se a gastá-lo.
Falando dos ricos, há aqueles que admiram o sucesso e a riqueza dos outros, mas há também os que guardam ressentimento de quem é rico e bem sucedido.
Os ricos admiram outros indivíduos ricos e bem sucedidos. E por quê?
Simples. Se sentem bem quando existe mais um no seu mundo do sucesso.
Meus amigos já mencionei em outros artigos que, o sucesso está aberto para todos nós, porém comerá a maior fatia do bolo aqueles que mais se comprometerem, ou seja, dedicação 100% no seu objetivo.
Digo mais: minhas opiniões não fazem nenhuma diferença para a felicidade nem para a riqueza dessa pessoa, no entanto fazem toda a diferença para a minha felicidade e riqueza.
Não é necessário ser perfeito para ficar rico, porém é importante saber reconhecer pensamentos que não fortalecem nem você mesmo nem os outros e mudar o foco para pensamentos mais positivos.
Vocês me perguntam o que tem haver todo esse escrito com o título do texto?
Eu digo que tudo. “Seja a luz do seu sucesso”.
Como eu posso ser a luz do meu próprio sucesso se eu só enxergo obstáculos, guardo ressentimento de quem é rico e bem sucedido e outros fatores negativos programados em arquivos cerebrais.
Para aqueles que realmente têm o foco de sucesso e riqueza, mudem seus conceitos. Pois como posso ser rico, se não acredito nos ricos, como posso focar nas oportunidades se só vejo obstáculos.
Vamos pensar juntas essas situações.
Somos uma raça humana cheia de hábitos, costumes e uma cultura formada mediante onde vivemos e freqüentamos. E muitas vezes são esses hábitos costumeiros que nos levam ao fracasso ou sucesso.
Observem:
As pessoas ricas buscam a companhia de indivíduos positivos e bem-sucedidos. As pessoas de mentalidade pobre buscam a companhia de indivíduos negativos e fracassados.
As pessoas bem-sucedidas observam e admiram outras pessoas bem-sucedidas para se motivar e as vêem como exemplos com os quais podem aprender e dizem a si mesmas: "Se elas conseguem, eu também consigo".
Meus amigos é prazeroso e gostoso você sentir a sensação de ver que alguém venceu e você está seguindo o mesmo caminho dessa pessoa. “certamente irá vencer também”.
Como gosto de dizer, o exemplo propicia uma das maneiras fundamentais de aprendizado. Quem é rico se sente grato por outras pessoas terem tido êxito antes dele, pois, com um modelo para seguir, fica mais fácil encontrar o próprio sucesso.
Como trabalhamos no meu artigo programação mental e outros mais, programe sua mente como a de um rico, e tenha atitudes de um rico.
O modo mais rápido e fácil de enriquecer é aprender como as pessoas ricas, mestras em fazer fortuna, jogam o jogo da riqueza. Basta copiar as suas estratégias internas e externas. Faz sentido: se você tiver uma programação mental idêntica à delas e imitar a sua forma de agir, as suas chances de obter os mesmos resultados serão muito grandes.
É o que eu faço e continuarei fazendo sempre.
Agora irei lhes relatar uma pergunta de um colega de trabalho.
Robson tanto aqui na empresa como fora e também minha esposa não são positivos, não pensam grande, suas atitudes só os levam para o buraco, porém eu sou positivo. O que devo fazer? E minha esposa devo deixa - lá?
Minha resposta é a seguinte: primeiro não perca tempo tentando mudar pessoas negativas. Não é sua obrigação. O seu dever é usar o que aprendeu para melhorar a si mesmo e a sua vida. Seja o exemplo. Seja bem-sucedido, seja feliz e, quem sabe, as pessoas vejam a luz do sucesso (em você) e queiram um pouco dela para si próprias. A sua tarefa é apenas ser o melhor que puder, lembrem-se do meu artigo anterior: pleno potencial financeiro. Se lhe perguntarem o seu segredo, conte com toda empolgação e entusiasmo.
Tratando de sua esposa, por não poder a deixar de mão, pelo convívio e amor conjugue que vocês têm, eu disse o seguinte: incentive-a a leitura de livros sobre sucesso financeiro, tire-a aos poucos das atitudes costumeiras negativas para sucesso, faça-a acompanhar meus artigos freqüentemente, e me disponibilizei a prestar algumas consultorias a eles. Nada tão formal, somente uns convites para jantar e almoços nos quais o foco era tratarmos de assuntos financeiros e visão de futuro.
Meses depois, os encontrei juntos e ela me disse: “Robson muito obrigado, hoje sou outra mulher, e não gasto mais dinheiro com bobagens, dou valor a cada centavo que ganhamos e não desperdiço meu tempo com coisas sem fundamentos ao sucesso. E mais, hoje nosso dinheiro rende e é investido.
É claro que fiquei muito feliz, pois a parti dali eu tinha além de um casal que programei para o sucesso, como também eu agora os admirava. “agora eles são pessoas com destino ao sucesso”.
Observem algo interessante. As pessoas tendem a ser puxado a seguir o caminho da escuridão, quando a tanta luz a sua volta.
Gente já disse isso eu outros artigos: não sou o dono da verdade, apenas sou um facilitador de conhecimentos e técnicas sobre dinheiro e educação financeira. Oriento-os a tomar algumas decisões corajosas a respeito de si próprias e de como quer viver a sua vida. Não estou lhe sugerindo que aja de modo irrefletido, mas eu, por exemplo, jamais poderia conviver com alguém negativo e que desdenhasse do meu desejo de aprender e crescer - pessoal, espiritual e financeiramente. Nunca faria isso comigo mesmo porque tenho respeito por mim e pela minha vida.
Mereço toda a felicidade e todo o sucesso que puder ter.
Pela minha experiência, e muito estudo sobre os ricos e sua mente, vejo que os ricos não entram para clubes de alta classe só para jogar golfe, mas também para estar em contato com outros indivíduos bem-sucedidos. Ha um ditado que diz: "Não se trata do que você sabe, mas de quem você conhece". Faço questão de buscar a companhia de pessoas positivas e de sucesso e, tão importante quanto, de manter distância de quem é negativo.
Gente observe a diferença do que estou dizendo. Pessoas negativas são diferentes de pessoas com poucos recursos financeiros. Pois as pessoas de poucos recursos financeiros, mas determinadas a fazer dinheiro, focadas a metas, centradas e objetivadas, são pessoas positivas, pois buscam o sucesso.
Vá a uma biblioteca, a uma livraria ou acesse a internet para ler a biografia de uma pessoa que é ou foi extremamente rica e bem-sucedida. Roberto Marinho, Antônio Ermírio de Morais, Abílio Diniz, Bill Gates, Donald Trump, Jack Welch e Steve Jobs são bons exemplos. Use as suas histórias pessoais para se inspirar, para aprender estratégias de sucesso específicas e, o mais importante, para copiar a sua programação mental.
Meus queridos finalizam da seguinte forma:
Identifique uma situação ou pessoa que puxa você para baixo. Afaste-se dessa situação ou ligação ou diminua os contatos.
Pare de assistir a bobagens na televisão e fique longe de conversas destrutivas.
Foque nisso e sucesso a todos.
Por: Robson C. de Menezes
Twitter: gestor_robson

sábado, 15 de outubro de 2011

Fome na África é vergonha para o mundo

Fome na África é vergonha para o mundo
O Globo - 09/09/2011
Há situações em que o mundo parece anestesiado, incapaz de reagir de forma adequada a situações catastróficas de miséria humana. Fazem parte delas as frequentes fomes na África. Parece haver acomodação diante de tristes fotos de seres humanos destituídos de toda a dignidade, como se prisioneiros fossem de campos de concentração nazistas.

Sabe-se que, a cada nova tragédia, países doadores se reúnem para ajudar, organizações internacionais se mobilizam, ONGs assistenciais entram em ação e voluntários de muitos lugares do mundo formam batalhões humanitários. Com isso conseguem, no máximo, atenuar os efeitos da fome.

Considere-se a situação do Chifre da África, onde 13 milhões de pessoas têm sua subsistência ameaçada em Somália, Quênia, Etiópia e Djibouti. O epicentro da crise é a Somália, onde a fome já atinge seis das oito regiões do país, e 750 mil estão na iminência de morrer por falta de alimentos. O cálculo é da ONU, segundo a qual centenas de somalianos perecem a cada dia - metade deles crianças - apesar do aumento da ajuda externa.

A Somália, cujo estado praticamente desapareceu desde conflitos internos na década de 90, enfrenta uma terrível conjunção de fatores: seca e quebra de safras, preços da comida em alta acelerada, grupos em guerra que impedem a distribuição ou saqueiam os alimentos levados ao país. Quatro milhões de pessoas, mais da metade da população, estão em situação de crise alimentar, segundo a ONU.

Leve-se em conta que os países ricos estão hoje em apuros, o que os leva a cortar justamente na ajuda externa à luta contra a miséria, a fome e a doença. O Congresso americano já brecou US$8 bilhões da verba pedida pelo Executivo para o Departamento de Estado e para a ajuda externa. Contribuições para a ONU foram reduzidas em centenas de milhões de dólares, atingindo missões de paz e o Programa Mundial de Alimentação.

O mais grave é que os próprios líderes africanos viram as costas ao problema. Em visita ao campo de Dadaab, no Quênia, que aloja 400 mil refugiados alimentares da Somália, o músico Youssou N"Dour, do Senegal, um dos embaixadores do Unicef, criticou duramente esses líderes que, em grande parte, boicotaram uma conferência da União Africana para levantar fundos para enfrentar a crise. "Os africanos não estão dando o exemplo. Autoridades vivem como nababos. Precisam de mais dinheiro e poder para elas mesmas. Só pensam nelas e não na população de seus países", atacou N"Dour.

À comunidade internacional não basta agir de forma tópica, nas crises. Em relação à Somália, por exemplo, ao lado do esforço humanitário, é necessário outro para ajudar o país a construir instituições que possam, futuramente, fazer frente de forma mais efetiva a situações como a atual.

E parte do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, a advertência tantas vezes ouvida, mas a cada dia mais pertinente. É preciso uma ação multilateral urgente contra o aquecimento global, causa importante das mudanças climáticas que tornam ainda mais dramáticas as secas em vastas regiões da África, e do mundo.